domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mulher...

Conheço (e desconheço) várias mulheres
que habitam em mim...
cada uma com uma cara diferente, com um querer diferente,
Com uma cor também diferente. Existe em mim, a mulher calma, serena, como brisa que é bálsamo.
A outra? A mulher brava que se faz mar inquieto, que se faz corredeira.
Existe a mulher tão amorosa, em vários segmentos do amor.
A outra?
A mulher que teve que aprender a não amar...
Fizeram-me assim.
Existe em mim a mulher amiga, que se dá, que escuta, que compartilha viver.
Habita também, a mulher do cio de vida, da fêmea em busca do prazer.
que fala, que se permite, que perde a linha, que desalinha...
Que mulher sou eu, enfim?
Muitas.
Habita em mim, como reflexo do céu,
a mulher lua...
Tão cheia e bela,tão crescente e encantadora,
tão minguante e triste. De repente, nova lua se faz,
renascendo.
Existe também a mulher sol,única, brilhante, que emite raios,
que aquecem, que queimam, que clareiam, que amanhecem.
Existe a mulher céu, tão azul quanto o dia da mulher sol.
Tão negra quanto a noite da mulher lua.
Tão infinita quanto o céu das duas.
Habitam em mim todas as formas, todas as histórias,
todo o viver, todo o ser:
Mulher.

..

Dizem que os amantes do vinho
não herdarão o reino dos céus
não vejo verdades aparentes
mas mentiras evidentes
Ouço dizer que os amantes
Do vinho vão para o Inferno.
Não ha verdades na vida,
Mas ha evidentes mentiras.

Se porventura os amantes
Do amor e do vinho vão
Para o Inferno,então vazio
Deve estar o Paraíso"

Omar Khayyam

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Saudade

Você já prendeu o dedo numa porta?
Isso dói, não dói?
E bater o queixo no chão dói? Um tapa. Um soco. Um pontapé. Doem não? E morder a
língua? Mas o que mais dói é a saudade!
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que já morreu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas, mas a
saudade mais dolorida é de quem se ama.
Saudades da pele, dos beijos, do cheiro.
Saudade da presença e até da ausência.
Você podia estar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você
podia ficar um dia sem vê-lo; ele, um dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas
quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade sem fim.
Saudade é não saber.
É não saber se ele ficou com gripe no inverno. Não saber se ela continua
pintando o cabelo. Se ele ainda usa a camisa que você deu. Se ela foi ao
dermatologista como prometeu. Se ele aprendeu a entrar na internet. Se ela
aprendeu a estacionar entre dois carros. Se ele continua dançando, se ela
continua lhe amando.
Saudade é não saber.
Não saber o que fazer com os dias que ficam compriiiidos. Não saber como frear
as lágrimas diante da música. Não saber como vencer a dor do silêncio que nada
preenche.
Saudade é não querer saber se ele está com outra e ao mesmo tempo querer. É não
saber se ela está feliz e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está mais
magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama e ainda assim doer.